Viver sem ser estigmatizado é o desejo de muitas pessoas com deficiência. Se as crianças do projeto Saúde e Movimento, da Prefeitura de Vitória, vão ou não passar por discriminação no futuro, só a sociedade dirá.
Mas, no momento, o que reina para os pequenos nas aulas de natação na cidade de Vitória é carinho, lazer, ajuda mútua, exercício fisioterápico e socialização, numa integração entre mães e filhos dentro e fora da piscina. Ele acolhe crianças com Síndrome de Down, autistas e deficientes físico e mental.
As aulas de natação são ministradas no Tancredão, em Mário Cypreste, às segundas e quartas-feiras, a partir das 15 horas. “É um ambiente de união, interação e socialização. A cada dia percebo a evolução dessas crianças”, disse a professora do projeto Djane Monteiro. Além da professora de natação, as crianças são acompanhadas por uma psicóloga. “Muitas crianças não conseguem falar, mas, a partir do trabalho com música, estamos conseguindo que elas pronunciem algumas palavras”, disse.
Amparo
Foi o que percebeu Priscila da Silva Carvalho, mãe da pequena Sara Carvalho, de cinco anos e com Síndrome de Down. “Minha filha já melhorou a fala, a coordenação motora e obedece as ordens que são passadas para ela. É uma criança feliz no projeto”, disse Priscila, que mora no Romão e não se cansa de levar Sara ao Tancredão.
“Aqui não há discriminação. Tentei matricular a minha filha na natação em academias particulares, mas, quando dizia que ela tinha Síndrome de Down, a resposta era sempre a mesma: ‘não temos mais vagas’. Pegavam o telefone e nunca mais ligavam. No projeto, encontrei amparo e Sara pode se integrar e se socializar”, disse Priscila.
Já o autista Juan Felipe, de cinco anos, chega com o semblante de felicidade para fazer natação. Acompanhado da mãe, Ana Paula Fialho, ele “descarrega” suas energias quando desenvolve as atividades no Tancredão. “Como a grande maioria dos autistas, Juan é muito fechado e se isola. Mas, desde quando começou a frequentar as aulas do projeto, ele tem sido um menino muito alegre. Está aprendendo a interagir com as outras crianças”, frisou Ana Paula.
Ativo
Ao contrário do pequeno Juan Felipe, Higor Caun Rosa Moreira, de sete anos e com deficiência mental, tem toda disposição para falar e brincar. Corre de um lado para outro, na ânsia de cair na piscina. A mãe dele, Rosiléia Moreira, garante que seu filho está mais ativo e com mais disposição desde que começou a frequentar as aulas.
“Acelerou a fala e já tem iniciativa própria. Ele era muito inquieto na sala de aula, ficava andando de um lado para outro. Os professores falam que ele está mais atento e calmo”, relatou Rosiléia.
“O projeto oferece tudo o que as mães de crianças com deficiência precisam: socialização, integração e aprendizado igual para todas”, disse.
Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória